Retomamos esse blog hoje, mais de cinco anos depois do último texto publicado. Você não é mais intercambista. Trocou três crianças por uma, que saiu do seu próprio ventre. Não está mais na casa dos 20. Já não namora a distância, mas é casada e apaixonada pelo mesmo moço da época em que morava nos EUA. Se formou jornalista antes mesmo da viagem, mas não trabalho mais nessa área. Você criou uma iniciativa social e, com muito orgulho, ajuda outros jovens de baixa renda a enxergarem um mundo diferente, como você pode enxergar quando vivenciou outra cultura. Já não é mais a mesma de antes. Já não se reconhece na garota intercambista. Quanta coisa vivemos de lá pra cá. Quantas vezes já quebrou a cara. Se eu contar o tanto de coisas que você aprendeu, você nem vai acreditar. Se você soubesse como sua visão de mundo seria ampliada pela sua experiência internacional, talvez você teria medo do impacto. Que bom que você não sabia. Que bom que você se permitiu viver tudo o que tinha pra viver. Q
Se tem uma coisa que ainda não consegui me adaptar totalmente nos Estados Unidos foi com a culinária. Lembro que na minha primeira semana em terra americana eu já senti uma enorme diferença nas refeições, a começar pelo café da manhã: ovos mexidos, bacon, cereal, panqueca doce... O começo foi sofrido, tanto que cheguei a ter uma dor de estômago terrível e ficar de cama por um dia inteiro. Foi o choque cultural na culinária. Não vou dizer que hoje não gosto do cardápio. Eu curto e como sim (não todos os dias), até porque vim aqui para viver essa cultura, só que eu confesso sentir muita saudade do nosso pão francês fresquinho com manteiga. O café da manhã americano é mais pesado, porque, assim como nós brasileiros, eles julgam esta a refeição mais importante do dia e que, por isso, é preciso "comer bem". A famosa panqueca doce com 'maple syrup', uma calda doce típica americana (Foto da internet) Outra diferença gigante entre nós: o almoço. Por aqui, essa