Pular para o conteúdo principal

Vamos falar de comida: EUA X BRASIL

Se tem uma coisa que ainda não consegui me adaptar totalmente nos Estados Unidos foi com a culinária. Lembro que na minha primeira semana em terra americana eu já senti uma enorme diferença nas refeições, a começar pelo café da manhã: ovos mexidos, bacon, cereal, panqueca doce... 
O começo foi sofrido, tanto que cheguei a ter uma dor de estômago terrível e ficar de cama por um dia inteiro. Foi o choque cultural na culinária. Não vou dizer que hoje não gosto do cardápio. Eu curto e como sim (não todos os dias), até porque vim aqui para viver essa cultura, só que eu confesso sentir muita saudade do nosso pão francês fresquinho com manteiga. O café da manhã americano é mais pesado, porque, assim como nós brasileiros, eles julgam esta a refeição mais importante do dia e que, por isso, é preciso "comer bem". 
A famosa panqueca doce com 'maple syrup', uma calda doce típica americana
(Foto da internet) 

Outra diferença gigante entre nós: o almoço. Por aqui, essa parte do dia não é levada tão em consideração como para nós. Enquanto (geralmente) temos um prato com arroz, feijão, salada e carne, por aqui eles normalmente comem o que tem. Vale até um tigela de cereal ou um pão com geleia e pasta de amendoim. O brasileiro costuma elaborar a comida do almoço ou, no intervalo do trabalho ir a um self-service, por exemplo e "turbinar o prato". Temos uma hora de almoço, pelo menos. Americano faz um "lanchinho" rápido (de um modo geral. Pode haver exceções, claro). 

Café da tarde? Isso não existe nos Estados Unidos. O que eles têm no intervalo entre almoço e jantar as vezes são os famosos "snacks" (lanche, refeição leve), como um biscoitinho aqui, um salgadinho ali, um queijo stick ( é tipo um queijo mussarela em formato de "palito"), um yogurte, quem sabe. 
Tudo isso para aguentar o estômago até a minha refeição favorita: o jantar! 

Finalmente, uma comida parecidinha com a nossa! Uma refeição mais elaborada! Vale massa, com macarrão e molhos, lasanha, ou até uma sopinha. Pode, ainda, rolar um churrasco com hamburguer, salsicha, queijo, umas tortilhas. "Mas, Ariane, você falou churrasco!". Sim, mas o churrasco daqui é isso. Não tem essa de assar carne, linguiça, asa de frango. Aqui é o tradicional hamburguer! Para quem gosta de sanduíches, é uma boa pedida! Calórico? Um pouco. Mas até a hora de dormir já fez digestão, até porque o jantar geralmente é por volta das 5 DA TARDE! Sim! Não tô de brincadeira. Enquanto que, no Brasil, as 5, ainda mal terminamos o café da tarde. 

Cultura diferente. Culinária diferente. Os Estados Unidos são um país bacana, têm suas belezas e tudo mais, mas, quando o assunto é alimentação, eu tiro o chapéu mesmo é pro meu Brasil! O jeito, agora, é ir ali na cozinha pegar um "snack" e sonhar com o delicioso pastelzinho de feira, quentinho, onde os melhores são encontrados só em terras tupiniquins. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O choque cultural nos primeiros dias na América (Article in English available)

O intercâmbio de Au Pair tem me trazido muito aprendizado que vai além de adquirir fluência na língua americana. Eu sempre quis vivenciar uma cultura diferente da minha, sempre fui curiosa. Mas eu não tinha ideia de como era isso até pegar o avião dia 12 de maio de 2014 saindo de São Paulo rumo à Nova York para a escola de treinamento, antes de chegar na família americana. Lá foi onde passei os primeiros cinco dias na America com jovens de todos os cantos do mundo que estavam no "mesmo barco" que eu. Na escola de treinamento, em Long Island, em Nova York Todos ali, seja vindos da Alemanha, Argentina, França, Austrália, Colombia, Suécia, México, ou do país que fosse, estavam juntos e misturados vivendo uma nova experiência de vida. Fazendo parte uns da vida dos outros sem ter ideia naquela hora da importância que aquilo teria para o nosso futuro, o quanto nos acrescentaria pessoalmente. Aquilo sim foi um choque cultural. Foi eu pisar naquela escola para me dar

Uma carta para mim mesma

Retomamos esse blog hoje, mais de cinco anos depois do último texto publicado. Você não é mais intercambista. Trocou três crianças por uma, que saiu do seu próprio ventre. Não está mais na casa dos 20. Já não namora a distância, mas é casada e apaixonada pelo mesmo moço da época em que morava nos EUA. Se formou jornalista antes mesmo da viagem, mas não trabalho mais nessa área.  Você criou uma iniciativa social e, com muito orgulho, ajuda outros jovens de baixa renda a enxergarem um mundo diferente, como você pode enxergar quando vivenciou outra cultura. Já não é mais a mesma de antes. Já não se reconhece na garota intercambista.  Quanta coisa vivemos de lá pra cá. Quantas vezes já quebrou a cara. Se eu contar o tanto de coisas que você aprendeu, você nem vai acreditar. Se você soubesse como sua visão de mundo seria ampliada pela sua experiência internacional, talvez você teria medo do impacto. Que bom que você não sabia. Que bom que você se permitiu viver tudo o que tinha pra viver. Q